Foto divulgação (net)
Em inícios de 1994, o falecimento da Doutora Marie-Andrée LAGROUA WEILL-HALLÉ passou relativamente inadvertida. Porém, o papel determinante que teve esta mulher na criação do Planejamento Familiar na França deveria ter sido, pelo menos para alguns, e numa época tão afeta às comemorações, uma boa ocasião para evocar as grandes linhas de seu ativismo ininterrompido. Se não foi assim, é porque em 1967, depois de dez anos de ativismo militante, esta médica de hospital percebeu que tinha servido a uma causa que não era a dela. Podia não tê-lo mostrado, o que lhe teria valido honras públicas, prestígio e cargos relevantes (sem dúvida teria podido ocupar o Ministério da Saúde no lugar e a função de sua quase homônima Simone Veil, e seus livros de êxito lhe teriam aberto as portas da Académie Française (Academia Francesa), antes que à feminista Marguerite Yourcenar); podia inclusive ter-se afastado sem dizer uma palavra, o que lhe teria valido um cargo honorífico e gratificante como a presidência da Cruz-Vermelha, que, em algum momento, teve que ocupar Georgina Dufoix, ou inclusive, a presidência da França ou a embaixada francesa na UNESCO como Gisèle Halimi. Mas não foi assim; quando esta médica tomou consciência, um pouco tarde, que seus ideais tinham sido distorcidos pela ideologia da I.P.P.F., pelos fundamentos racistas, eugenistas e libertários, reagiu e decidiu denunciar as manipulações, como aconteceu com Benard Nathanson, o promotor do aborto nos Estados Unidos, no dia em que percebeu que ter tomado partido pela causa da "mulher", o transformava no assassino da criança, seu segundo paciente.
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