sábado, 10 de abril de 2010

No meio da Tragédia

Há momento em que as forças da natureza, atuando mesmo segundo as leis que regem a evolução do planeta e as transformações que daí decorrem, ainda assim, parecem estar pactuadas com objetivo de impor sofrimentos à humanidade. É o que pessoas em desespero vítimas de catástrofes, podem conjeturar, esquecidas de que essas coisas ocorrem por determinação suspeitada, mas insondável..
Elementos naturais tem se associado nos últimos anos para exibir força insuperável – caso dos maremotos e deslizamentos, caso dos grande incêndios levados pelo vento, caso das ondas gigantescas formadas sobre o mar e dos furacões que levam sua fúria através de paises situados em seu caminho. A combinação de terra, água, ar e fogo e a energia que desata assustam com a dor que acarretam..
A cidade do Rio de Janeiro, como também Niterói e outras açoitadas nos últimos dias por temporais impiedosos, com centenas de vítima fatais e um sem número de feridos e desabrigados, deixam em nossos corações um sulco de tristeza e desalento, especialmente pela natureza de caráter, de amabilidade, de expressão constante de alegria que anima a população atingida pela desgraça..
Aos maçons cabe o dever de total solidariedade a esse povo de tão profundas raízes históricas na vida brasileira em aspectos culturais, políticos e também maçônicos. O iniciado maçom não pode esquecer o compromisso assumido de socorrer o necessitado em qualquer circunstancia, ainda que com prejuízo pessoal..
Assim como os maçons, depois dos sustos e do desconforto da Iniciação, ganham como prêmio uma nova vida, cheia de paz e harmonia e de satisfação por se sentir útil à humanidade, assim também almejamos para os atingidos por mais essa calamidade que a Graça do Grande Arquiteto do Universo eleve a novas alturas o bem-estar e a felicidade de cada um, fazendo – os em breve minimizarem os momentos de infortúnio que atravessam.
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Brasília, 08.04..2010.
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Marcos José da Silva
Grão-Mestre Geral

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Antônio Frederico de CASTRO ALVES


Nascido em 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, hoje Vila Cabaceiras, no município de Muritiba, na Bahia, filho do médico Antônio José Alves e Clélia Brasília da Silva Castro. Começou seus estudos no Ginásio Baiano, onde se destacou como bom aluno, satisfazendo a atenção que seu pai, então professor da Faculdade de Medicina da Bahia, dava a sua educação. Completando seu curso médio, prestou exame para a Faculdade de Direito de Recife, aprovado matriculou-se em 1864. A facilidade de improvisar discursos e os belos versos que fazia, demonstrando uma precoce aptidão para a Oratória, destacaram a sua participação nas rodas estudantis, que naquele período era o celeiro dos grandes líderes nacionais no futuro. Já naquela época Castro Alves tomou partido dos escravos, e apresentou suas idéias em prol da abolição da escravatura, idéias que tiveram intensa repercussão em todo país.
Sua luta abolicionista levou-o a séria contenda com Tobias Barreto, destacado pensador brasileiro, que sentindo as preferências do povo pelo “Poeta dos Escravos”, começou a ataca-lo pela imprensa, usando uma linguagem tão incisiva, que feriu os sentimentos do jovem poeta, conforme confidenciou sua mágoa os amigos mais próximos.
Durante a guerra do Paraguai, participou ativamente das agitações políticas e do movimento patriótico de seu grupo etário, chegando a alistar-se no batalhão dos Voluntários da Pátria, mas não chegou a embarcar para a frente de combate.
Castro Alves era de espírito alegre e romântico, e como era comum aos jovens de sua geração, gostava de freqüentar saraus e era freqüentador assíduo das apresentações teatrais. Foi dessa sua presença no meio teatral que resultou sua aproximação com a atriz Eugênia Infante da Câmara. A paixão que Castro Alves nutriu pela atriz, o levou a abandonar seus estudos universitários no Recife, para acompanha-la à Salvador, em 1867.
Durante sua estada em Salvador, conseguiu fazer representar seu drama em quatro atos, intitulado “Gonzaga, ou Revolução de Minas”.
Em 1868, ainda em companhia de Eugênia, viajou para São Paulo, onde retomou seus estudos, se matriculando na Faculdade de Direito. Ao passar pelo Rio de Janeiro, Castro Alves pode aquilatar seu prestigio nacional, evidenciado pelas homenagens que recebeu do povo e de alguns dos mais notáveis poetas e prosadores da época, destacando-se Machado de Assis e José de Alencar. Em São Paulo foi também recebido calorosamente no meio intelectual e estudantil, o que estimulou-lhe o recomeço dos seus estudos com todo carinho e dedicação, mas, sem abandonar sua causa primeira a Luta pela Liberdade de uma Raça, que o levou à criação de lindos poemas épicos e a defesa pública da causa da emancipação dos escravos.
Mas, sua vida pessoal não ia bem, começaram as desavenças com Eugênia, a separação à cada dia se tornava mais eminente, e ele sentia que não poderia viver sem a atriz. Veio a separação, Castro Alves se transformou em um ser triste e desiludido, para aumentar sua dor, em uma caçada foi ferido, por um tiro acidental, no pé esquerdo. Seu estado de saúde se agravou, e levado ao Rio de Janeiro, teve amputado seu pé, sendo lhe adaptado um pé de borracha que o possibilitou andar amparado por uma bengala.
Em sua estada no Rio de Janeiro, conviveu com José de Alencar, Machado de Assis, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Fagundes Varela.
Em 1870, o jovem poeta, já no quarto ano da Faculdade Paulista de Direito, não suportando os sofrimentos, infeliz e deprimido, abandonou os estudos e retornou a sua terra natal.
Na Vila Curralinho, hoje Cidade Castro Alves, retirou-se para o amparo e o conforto de sua irmã Adelaide, reanimado com consolo e as forças recebidas da irmã e dos seus antigos companheiros de infância, o poeta se sente novamente entusiasmado em sua luta, e entrando novamente em atividade, regressou em setembro a Salvador, onde fundou a Sociedade Abolicionista. Nessa época, exatamente em 13 de novembro de 1870, seu livro de lindos versos, “Espumas Flutuantes”, foi publicado na Bahia.
Mas, a imagem de Eugênia Câmara, não lhe fugia ao pensamento, paixão, doce e traiçoeira paixão, Castro Alves, tenta fugir à saudade, procurando afogar a nostalgia, passa a levar uma vida boêmia, o que agravou o seu combalido estado de saúde.
Em 6 de junho de 1871, aos 24 anos de idade, na cidade de Salvador, morre de tuberculose, Antônio Frederico de Castro Alves, um dos maiores poetas do Brasil, criador da chamada escola condoreira(*), que se distinguiu pelo tratamento retórico da linguagem. “O Poeta dos Escravos”, o primeiro poeta social de nosso país, foi um ardoroso abolicionista, lutou incessantemente pela defesa dos direitos dos escravos, dedicou sua curta, mas fértil, vida, a luta pela Liberdade de uma Raça, pela Igualdade de todos os Homens e a Fraternidade entre todos os Seres Humanos.

*Pesquisa Internet.*