Em sessão na Loja realizada nesta última sexta-feira (12/03), foi concedida a palavra ao Irmão visitante do Oriente da França. Entre alguns dos seus comentários, ele ressaltou o recente movimento das mulheres francesas, que recorreu à justiça comum pelos seus direitos constitucionais de ingressarem na Maçonaria.
Posteriormente, alguns irmãos se manifestaram sobre a participação feminina na maçonaria, mas devido ao tempo decorrido na sessão – que já estava avançado - somente agora expresso através deste pequeno texto alguns detalhes pertinentes sobre o histórico das mulheres francesas na Maçonaria.
Na França do século XVIII, muitas mulheres já queriam ingressar na Maçonaria. Assim como na época atual, muitos maçons foram contrários a tal desejo e conforme o livro de Jean Palou, “A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática”, rumores circularam de que Anderson teria feito desaparecer textos que mencionavam a presença feminina na Maçonaria. Ainda assim, tudo isto não impediu que o nascimento da Maçonaria chamada de “Lojas de Adoção” – uma loja de mulheres anexada a uma de homens – acontecesse ainda no século XVIII.
Os rituais eram diferentes, inspirados em passagens bíblicas, no Paraíso, Eva e a serpente, na Arca de Noé, etc. Tudo fantasia, e em 1815, todas as Lojas de Adoção no Oriente da França estavam adormecidas. Contudo, em 1907, uma loja pertencente à Grande Loja da França, denominada “Jerusalém Escocesa”, solicitou a criação de uma Loja de Adoção. Após muitas discussões, quatro Lojas de Adoção passaram a funcionar sob a jurisdição da Grande Loja da França.
Na França da década de 40, durante a ocupação Nazista, a Maçonaria foi muito perseguida, e muitos dos seus membros foram presos e executados. Mas, em 1944, as lojas francesas retomaram suas atividades e a Grande Loja da França reaproximou-se da Grande Loja da Inglaterra.
Em 1945, a Grande Loja da França prescreveu as Lojas de Adoção. Todavia, em 1953-4, as francesas reuniram-se em uma convenção realizada pela União Maçónica Feminina da França e assumiram o título de Grande Loja Feminina da França, passando a adotar o rito escocês antigo e aceito. Pelo histórico, parece-me que na França as mulheres devem ter recorrido à justiça comum pelo direito de continuarem maçons.
Segue no exemplo abaixo a composição de uma Loja de Adoção francesa no ano de 1778, Oriente de Paris.
• Loja La Candeur:o Venerável Mestra
Duas Supervisoras
Secretária
Tesoureira
Mestra de Cerimônias
• Quadro da Loja:
o Condessa Despinchar, Mestra
o Condessa Charlote, Mestra Perfeita
o Condessa de Trívières, Mestra
o Marquesa de Brihout, Sublime Escocesa
o Condessa de Proslin, Companheira
o Condessa de Bethissy – Mestra
o Condessa Derlak, Companheira
o Condessa Rochechouart, Companheira
o Marquesa de Bouzls, Aprendiz
o Vicondessa de Cheiseuz-Meuse, Aprendiz
o Marquesa de Saint-Clair, Aprendiz
Pelo Ir. Nelman Souza.
algumas dicas complementares :
ResponderExcluirAS LOJAS DE ADOçÃO
Era impossível na sociedade francesa do século XVIII para manter as mulheres completamente, e em especial as da nobreza, fora da novidade de um movimento filosófico que pretendia manter segredos e começava a beneficiar dum verdadeiro efeito de moda.
Baseado no fato de que nada nas Constituições de Anderson, impediam as mulheres de ser recebidas em banquetes e entretenimentos que acompanhavam os trabalhos, ou participar em cerimónias religiosas de luto ou de São João , os franco-mações franceses se acostumaram a chamar de "irmãs" as mulheres nestes momentos, em seguida, a criar uma « Maçonaria de Senhoras » ou " Maçonaria de Adoção", reservada para as senhoras da nobreza, incluindas a Duquesa de Bourbon e Chartres e a princesa de Lamballe, que mandou à rainha Maria Antonieta dizer que » toda a sua corte era maçona !! ».
Têm vestígios destas lojas de adoção em França, desde 1745, nas principais cidades do pais.
Elas geralmente levavam o nome de uma loja masculina com que elas se mantenham unidas. Esta « maçonaria das senhoras » continua a ser bastante diferente da maçonaria masculina. Em particular, um ritual específico, o rito de aprovação, foi desenvolvida para essas lojas.
A prática da Adoção Maçônica sobreviveu por mais tempo, mas apenas marginalmente no século XIX.
NASCIMENTO DAS MAçONARIAS MISTA E FEMININA NA FRANçA
Foi no final do século XIX, em França, que apareceu pela primeira vez uma verdadeira maçonaria mista.
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A loja (masculina) "Os pensadores livres" proclamou sua autonomia no 9 de janeiro de 1882, para iniciar, de acordo com as práticas do Rito Escocês antigo e aceitado, Maria Deraismes, jornalista e militante feminista, observada por muitos irmãos por seu talento como oradora e seu compromisso militante de reconhecer os direitos das mulheres e das crianças
Onze anos depois, Maria Deraismes, com a ajuda, entre outros, do George Martin, iniciou 17 mulheres ritualmente no 14 de março de 1893, depois fundou no 4 de abril seguinte uma Loja chamada « Grande Loja Simbólica Escocesa Mista da França o Direito Humano".
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A partir dessa loja, foi dada à luz em 1901, a Ordem Maçônica Mista Internacional :
« O DIREITO HUMANO »
Na França, junto com o desenvolvimento da Maçonaria mista, sob o impulso do « Direito Humano » no início do século XX, a « Grande Loja da França » reativa suas lojas de adopção e, em 1906, e dá-lhes uma constituição adequada.
Parece que o trabalho destas lojas versia sobre temas da sociedade comparáveis aos homens.
Em 1935, assim havia 9 lojas de adoção que se tornaram independentes em 1945, data em que deu para ver o estabelecimento da União das Mulheres Maçônicada da França, e a criação da primeira loja unicamente feminina na França « A GRANDE LOJA FEMININA DA FRANçA » (GLFF).
O GRANDE ORIENTE DA FRANçA :
Do seul lado, a obediença « O GRANDE ORIENTE DA FRANçA » reconhece lojas femininas e mistas, e aceita a presença de mulheres-maçons em suas lojas aos critérios delas , como visitantes, mas não pratica nenhuma iniciação de mulheres
POR ENQUANTO !!!!!