quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Confiança e Respeito

Quis o supremo Arquiteto do Universo que a Maçonaria progredisse no transcurso do tempo sempre fiel a seus princípios, e por isso com bastante idoneidade para formar cidadãos de elevada moralidade, capazes até de influir nas grandes questões que afetam ou afetaram a humanidade. Mas só o valor individual do Maçom é responsável pelos feitos da Maçonaria como instituição.

A fortidão da Nobre Ordem repousa, por outro lado, na firme união de seus obreiros e na solidariedade que cultuam entre si, embora sem esquecerem os necessitados; e também na reverência às tradições, às velhas obrigações e a seus juramentos e compromissos livremente assumidos como Iniciados.

Inarredável compromisso do Maçom é levar ao mundo profano os grandiosos princípios defendidos e difundidos dentro de nossas colunas e que dão vida, poder e beleza a nossas atividades no seio da sociedade circundante, conforme registram as páginas da História e mesmo nos informam matérias da mídia atual.

O contrário não é admissível, isto é, que os maçons procurem insuflar na Sublime Instituição costumes de baixa densidade ética e moral, encontradiços em certos ambientes sem ascendência maçônica e que minariam de pronto o relacionamento fraterno na Ordem, o grau de confiança entre os maçons e o peso de sua atuação.

O momento atual, quando as correntes políticas, por meio das primeiras escaramuças, medem forças para a grande batalha eleitoral que se avizinha, exige vigilância constante dos maçons, nas Lojas e nos corpos superiores, para evitar o contágio com um tipo de convivência agressiva já condenada pela maçonaria.

Que o trato maçônico se mantenha inalterável entre nós, que a confiança e a credibilidade se aprofundem em alto grau, de forma que nenhuma dúvida possa surgir quanto ao cumprimento do dever por parte de um Irmão, especialmente quando investido de responsabilidades superiores, ou quando impregnado de verdadeiro amor à Arte Real.

Brasília, 27 de agosto de 2009.

Marcos José da Silva

Grão-Mestre Geral

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Maçonaria e a reencarnação

Muitas religiões, em diferentes épocas, ensinam que o ser humano pode voltar a este mundo em outras existências. Acreditam que vão retornar a este mundo depois da morte, através da reencarnação. A fé na reencarnação ainda não pôde ser provada pela ciência. Trata-se de uma doutrina adotada por diferentes povos. Ela foi seguida pelos celtas, pelos gregos, pelos egípcios, e ainda é forte na Índia. Ela está especialmente no hinduismo, no budismo e em grupos espíritas, como os kardecistas. A partir do século XIX, a Europa e a América viram desenvolver as doutrinas teosóficas, ocultistas e espíritas. Especial atenção se dá no Brasil ao espiritismo kardecista. Segundo Alan Kardec (1804-1869), a reencarnação sempre acontece num corpo humano. Diferente de algumas doutrinas reencarnacionistas, como a hindu, por exemplo, na qual um espírito pode encarnar também num animal. Para Kardec, a alma não tem sexo e pode assumir tanto um corpo masculino quanto feminino.

Os reencarnacionistas acreditam que, ao morrer, o espírito da pessoa que ainda não chegou à perfeição, deve purificar-se retornando a terra num outro corpo. Em cada indivíduo ocorre uma sucessão de nascimentos e de mortes, de acordo com sua necessidade de purificação, até chegar à iluminação final. Para Alan Kardec, a reencarnação não acontece somente na terra. Ela pode ocorrer também em outros planetas. A teoria da reencarnação tem encontrado renovado interesse nos tempos modernos. Em contraposição a reencarnação há a ressurreição que se trata de uma doutrina ensinada por judeus e cristãos: católicos, ortodoxos e protestantes. Ela afirma que, segundo os cristãos, após a morte, a pessoa terá o mesmo destino de Jesus Cristo: morrer e ressuscitar. Em Hb 9,27, lemos que, "para os homens, está estabelecido morrerem uma só vez e em seguida vem o juízo". Em Lc 23,43, Jesus afirma ao bom ladrão crucificado com Ele: "Em verdade te digo, ainda hoje estarás comigo no Paraíso". Acreditam ao contrário do espiritismo que cada pessoa é um todo formado de alma e corpo, somos uma unidade inseparável.

Para analisarmos do ponto de vista da Maçonaria vejamos algumas questões:

Nos Landmarks que são usos, tradições e práticas, princípios fundamentais da Maçonaria, considerados regras de ação, limites que definem o que é Maçonaria e o que não é o que Maçonaria regular e o que é Maçonaria irregular ou espúria, temos algumas questões a destacar:

XIX – A crença no Supremo Arq\ do Universo. Ou seja, em Deus.

XX – Crença na imortalidade da alma humana e na vida futura. “Na imortalidade da alma, mas não na reencarnação”.

Na Constituição do Grande Oriente do Brasil:

Artigo 2º são postulados universais da Instituição Maçônica:

I – a existência de um princípio criador, o Grande Arquiteto do Universo.

Na Constituição do Rito Brasileiro, em seus princípios basilares:

Artigo 1, inciso II – o Teísmo. Afirma a existência de um Deus Criador, proclama a glória do Supremo Arquiteto do Universo e a crença na imortabilidade da alma.

Vejamos a distinção entre o teísmo e o deísmo:

Teísmo - Doutrina que crê na existência de Deus. Criador Supremo de tudo, transcendente, que se encontra constantemente ativo no mundo, nele intervindo quando necessário.

Deísmo – Crê em um Deus criador do mundo, mas que não intervém, diretamente, nos afazeres do mesmo. Para os deístas, Deus se revela através da ciência e das leis da natureza.

Daí na abertura no encerramento das sessões do Rito Brasileiro rogarmos a proteção e iluminação do S\A\D\U\. A crença na oração e na intervenção divina é aceita apenas para os teístas.

Em grau superior há uma citação que a transmigração das almas, ou seja, a reencarnação é uma crença antiga, ultrapassada. Contudo podemos afirmar que a crença na reencarnação não é admitida nem contestada na Maçonaria, cada irmão deve seguir sua crença religiosa, doutrinária ou filosófica. Pois um de nossos pilares é o da liberdade que cada irmão tem para orientar sua vida e crenças, na ordem Maçônica são admitidos homens livres e de bons costumes e que crêem em Deus sejam eles cristãos, judeus, mulçumanos, espíritas ou espiritualistas.

Que Deus nos ilumine e guarde!

Salvador 21 de agosto de 2009,

Marco Aurélio Paul Cruz

M\M\ CIM 211.289

2º Vigilante da Loja Castro Alves

Fontes:

Constituições do GOB, Rito Brasileiro

Rituais do Rito Brasileiro

Site UOL - Ressurreição ou reencarnação?