terça-feira, 29 de setembro de 2009

TRONCO DE BENEFICÊNCIA

O Hospitaleiro coloca-se entre Colunas; saúda o Ven.’. e inicia a circulação. Sacola de coleta conduzida lateralmente, colocada à cintura, segura pelas duas mãos. O Hospitaleiro não faz qualquer sinal. Pára em frente ao Irmão que vai fazer o depósito, de lado e, assim, mantém a devida descrição; recebe o valor e prossegue.

As dádivas para o Tronco são sigilosas. “Para que tua esmola fique em segredo e teu Pai, que tudo vê em segredo, lhe dará a recompensa.” (Mateus 6:4).

Cada Ir.’. contribui com o que pode e, se desprovido, não dará nada, mas como todos, deve introduzir a mão direita fechada no recipiente e retirá-la aberta, pois ninguém pode servir-se das importâncias depositadas, cujo total, ou medalha cunhada, é revelado pelo Tesoureiro na, Palavra a Bem da Geral da Ordem e do Quadro, e creditado a Hospitaleira.

A origem da palavra Tronco vem do francês. A palavra “Tronc” tanto pode ser entendida como tronco (humano, de árvore...), quanto caixa de esmolas. É nesse sentido que ela é usada na Maçonaria, como caixa de esmolas.

Na maçonaria operativa os salários dos Companheiros e Mestres eram pagos com as dádivas do tronco de beneficência.

Na maçonaria especulativa, a maçonaria atual, não houve muita modificação em sua ritualística em seu giro e sim em sua destinação.

O valor arrecadado pelo Tronco deve ser utilizado primordialmente, como reza a tradição, para socorro e assistência a IIr.’. necessitados ou, decidido em loja, se parte do total arrecadado poderá ser destinado a instituições profanas de caridade. Nunca uma Loja Maçônica deverá absorver este valor como seu patrimônio ou utilizá-los para fins festivos.

A finalidade da Maçonaria não é fazer benefícios no sentido material, ela prepara o maçom para ser um cidadão exemplar e, como tal, preocupa-se com o infortúnio alheio.

Não compete a Maçonaria dar o peixe, cabe a ela sim, ensinar a pescar, pois ela é uma escola, e seus ensinamentos, simbólicos e filosóficos transformam o homem que, consequentemente, consegue modificar uma sociedade por completo.

Neste momento, cada maçom sabe que a sociedade brasileira necessita de um grande auxílio para desenvolver e reduzir as suas desigualdades e isto exige do maçom, dedicação e espírito fraterno e filantrópico.

As Lojas Maçônicas, visando atender a função filantrópica e caritativa, criam comissões de beneficência, encarregadas de estudar as ações das Lojas neste campo, pois todo o maçom tem obrigação de socorrer os necessitados; faz parte de seus juramentos e compromissos e, infelizmente, existem muitos em nossa sociedade necessitando deste socorro imediato

É interessante, que a comissão de beneficência da Loja, trabalhe em função de identificar as necessidades das instituições profanas de caridade e auxilio, pois elas são entidades criadas, especialmente para este fim, e, com certeza, o fazem com melhor aproveitamento do que nossa Ordem faria. O papel da comissão de beneficência e de: arrecadar, junto aos IIr.’., os valores suficientes para que o auxilio necessário identificado, seja prestado.

O Tronco de Beneficência da A.’.R.’.L.’.S.’. Castro Alves, deve continuar a ser alimentado por seus obreiros e utilizado de acordo com a filosofia maçônica: para auxílio a IIr.’. necessitados, podendo contudo, parte desta moeda cunhada arrecadada, ser destinada a filantropia de acordo com decisão em Loja.

A nível individual, todos nos, IIr.’. M.’., podemos - e devemos - ser solidários com qualquer ser humano, cabe contribuir com a Comissão de Beneficência da Loja no auxilio a entidades profanas de filantropia e caridade arrecadando o valor necessário estipulado pela comissão.

A Caridade ou Filantropia é uma das virtudes teológicas e sua prática é fundamental ao aperfeiçoamento moral e espiritual do Maçom. A Caridade coloca o ser humano acima das diferenças étnicas, sociais ou políticas.

Que o S.’.A.’.D.’.U.’. ilumine o nosso caminho.

Ricardo Pina
Ap.´. M.´.




Trabalho apresentado em 18/09/2009

Fontes de Pesquisa:

Ritual de Maçons Antigos, Livres e Aceitos – Grau de Aprendiz-Maçom Rito Brasileiro – GOB
Bíblia Sagrada e Internet.

3 comentários:

  1. Antonio Carlos A. Feitosa11 de julho de 2010 às 17:36

    Meus parabéns Ir.'. Ricardo Pina pelo seu brilhante trabalho. Você foi muito feliz no desenvolvimento desse assunto. No entanto, infelizmente, o Tronco de Beneficência não vem sendo utilizado corretamente na maioria das Lojas. Existem "lojas" que usam o Tronco para outros fins. Fins esses que prefiro não comentar aqui. Só resta torcer para que o G.'. A.'. ilumine as cabeças desses "irmãos".

    Um T.'.F.'.A.'..

    ResponderExcluir
  2. Respeto a opinião do ir. , mas sugiro que lêia um trabalho elaborado pela loja de pesquisas Maçonicas "Brasil " de Londrina, sobre este tão importante tema.
    Para tal faça uma pesquisa no "Google", ou leia a matéria na revista "A Trolha" em sua edição de número 189,pois e muito esclarecedora .
    Um T. F. A.

    ResponderExcluir
  3. Concordo com o Ir.'. ANTONIO CARLOS, algumas lojas arrecadam o Tronco de Beneficência e não prestam conta do que é feito do dinheiro, uma verdadeira falta de transparência da Loja.

    ResponderExcluir