Nascido em 14 de março de 1847, na Fazenda Cabaceiras, hoje Vila Cabaceiras, no município de Muritiba, na Bahia, filho do médico Antônio José Alves e Clélia Brasília da Silva Castro. Começou seus estudos no Ginásio Baiano, onde se destacou como bom aluno, satisfazendo a atenção que seu pai, então professor da Faculdade de Medicina da Bahia, dava a sua educação. Completando seu curso médio, prestou exame para a Faculdade de Direito de Recife, aprovado matriculou-se em 1864. A facilidade de improvisar discursos e os belos versos que fazia, demonstrando uma precoce aptidão para a Oratória, destacaram a sua participação nas rodas estudantis, que naquele período era o celeiro dos grandes líderes nacionais no futuro. Já naquela época Castro Alves tomou partido dos escravos, e apresentou suas idéias em prol da abolição da escravatura, idéias que tiveram intensa repercussão em todo país.
Sua luta abolicionista levou-o a séria contenda com Tobias Barreto, destacado pensador brasileiro, que sentindo as preferências do povo pelo “Poeta dos Escravos”, começou a ataca-lo pela imprensa, usando uma linguagem tão incisiva, que feriu os sentimentos do jovem poeta, conforme confidenciou sua mágoa os amigos mais próximos.
Durante a guerra do Paraguai, participou ativamente das agitações políticas e do movimento patriótico de seu grupo etário, chegando a alistar-se no batalhão dos Voluntários da Pátria, mas não chegou a embarcar para a frente de combate.
Castro Alves era de espírito alegre e romântico, e como era comum aos jovens de sua geração, gostava de freqüentar saraus e era freqüentador assíduo das apresentações teatrais. Foi dessa sua presença no meio teatral que resultou sua aproximação com a atriz Eugênia Infante da Câmara. A paixão que Castro Alves nutriu pela atriz, o levou a abandonar seus estudos universitários no Recife, para acompanha-la à Salvador, em 1867.
Durante sua estada em Salvador, conseguiu fazer representar seu drama em quatro atos, intitulado “Gonzaga, ou Revolução de Minas”.
Em 1868, ainda em companhia de Eugênia, viajou para São Paulo, onde retomou seus estudos, se matriculando na Faculdade de Direito. Ao passar pelo Rio de Janeiro, Castro Alves pode aquilatar seu prestigio nacional, evidenciado pelas homenagens que recebeu do povo e de alguns dos mais notáveis poetas e prosadores da época, destacando-se Machado de Assis e José de Alencar. Em São Paulo foi também recebido calorosamente no meio intelectual e estudantil, o que estimulou-lhe o recomeço dos seus estudos com todo carinho e dedicação, mas, sem abandonar sua causa primeira a Luta pela Liberdade de uma Raça, que o levou à criação de lindos poemas épicos e a defesa pública da causa da emancipação dos escravos.
Mas, sua vida pessoal não ia bem, começaram as desavenças com Eugênia, a separação à cada dia se tornava mais eminente, e ele sentia que não poderia viver sem a atriz. Veio a separação, Castro Alves se transformou em um ser triste e desiludido, para aumentar sua dor, em uma caçada foi ferido, por um tiro acidental, no pé esquerdo. Seu estado de saúde se agravou, e levado ao Rio de Janeiro, teve amputado seu pé, sendo lhe adaptado um pé de borracha que o possibilitou andar amparado por uma bengala.
Em sua estada no Rio de Janeiro, conviveu com José de Alencar, Machado de Assis, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Fagundes Varela.
Em 1870, o jovem poeta, já no quarto ano da Faculdade Paulista de Direito, não suportando os sofrimentos, infeliz e deprimido, abandonou os estudos e retornou a sua terra natal.
Na Vila Curralinho, hoje Cidade Castro Alves, retirou-se para o amparo e o conforto de sua irmã Adelaide, reanimado com consolo e as forças recebidas da irmã e dos seus antigos companheiros de infância, o poeta se sente novamente entusiasmado em sua luta, e entrando novamente em atividade, regressou em setembro a Salvador, onde fundou a Sociedade Abolicionista. Nessa época, exatamente em 13 de novembro de 1870, seu livro de lindos versos, “Espumas Flutuantes”, foi publicado na Bahia.
Mas, a imagem de Eugênia Câmara, não lhe fugia ao pensamento, paixão, doce e traiçoeira paixão, Castro Alves, tenta fugir à saudade, procurando afogar a nostalgia, passa a levar uma vida boêmia, o que agravou o seu combalido estado de saúde.
Em 6 de junho de 1871, aos 24 anos de idade, na cidade de Salvador, morre de tuberculose, Antônio Frederico de Castro Alves, um dos maiores poetas do Brasil, criador da chamada escola condoreira(*), que se distinguiu pelo tratamento retórico da linguagem. “O Poeta dos Escravos”, o primeiro poeta social de nosso país, foi um ardoroso abolicionista, lutou incessantemente pela defesa dos direitos dos escravos, dedicou sua curta, mas fértil, vida, a luta pela Liberdade de uma Raça, pela Igualdade de todos os Homens e a Fraternidade entre todos os Seres Humanos.
*Pesquisa Internet.*
Nenhum comentário:
Postar um comentário