Discurso na íntegra do Venerável Mestre Pedro Cardoso, durante a posse em 18.06.2011
Saudações aos Irmãos e autoridades presentes,
Meus Irmãos,
Permitam-me, mais uma saudação: quero saudar as presenças física ou espiritual de Irmãos muito especiais. Primeiro, o meu irmão consangüíneo Manoel Jurandyr Costa, conhecido por todos nós, como Cardoso ou Cardosinho, que no dia 03 de julho próximo, por mérito, será investido do grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito. Espelhando-me neste Irmão mais velho, pois meu pai faleceu quando eu tinha apenas quatro anos de idade, cresci e aprendi a separar o bem do mal, o joio do trigo, e foi através das suas orientações, que desenvolvi, no bom sentido, a curiosidade sobre a Maçonaria, e por indicação e apadrinhamento do nosso irmão Edmundo Ferreira Lima, no dia 05 de novembro de 2004, fui iniciado na Ordem, na nossa querida Loja Castro Alves e, como Aprendiz Maçom, pude ingressar e vislumbrar, verdadeiramente, os encantos e fascínios dos Augustos Mistérios. Segundo, quero elevar meu fraternal e especial abraço aos meus filhos na vida profana Petrônio e Leonardo, que na Maçonaria são meus Irmãos, aqui presentes, como também, ao valoroso irmão Juscelino Lira, hoje no Oriente de São Sebastião-SP, filho desta Loja, que com certeza, está conosco nesta noite, muito embora, apenas espiritualmente.
Permitam-me, ainda, saudar todos os Veneráveis Mestres que me antecederam, sem exceção. Desde o primeiro, o irmão Bernardo Spector, até o atual, um Venerável Irmão dedicado e competente, cumpridor e zeloso das suas obrigações, o meu prezado amigo Luciano Suedde, através de um apertado TFA no estimado decano irmão Antonio Pereira Franco, fundador desta Loja.
Meus prezados e queridos Irmãos.
Num colapso gravitacional, um glóbulo de gás, mais denso do que os vizinhos, resiste aos bombardeios dos raios ultravioletas das nuvens mais próximas. A radiação aquece a nuvem e parte do gás evapora. Nasce um embrião. Nesta nuvem celeste, a sombra do embrião impede que o gás atrás dele se evapore e, com o tempo, este embrião se separa totalmente da nuvem. Depois de milhões de anos a consumir todo o gás a sua volta, o embrião se transforma numa Estrela. Estrela com luz própria a adornar o céu, a decorar o universo e iluminar as noites do Planeta Terra.
É assim que se criam as ESTRELAS. E as estrelas nunca estão formadas, completas ou adultas. Este processo é contínuo. A busca pelo brilho é eterna.
E foi assim, há exatamente quarenta e três anos, que alguns Operários da Arte Real, abnegados, corajosos, comprometidos e visionários, lançaram o fundamento maçônico desta oficina, fazendo nascer a Loja Castro Alves.
Hoje, assumindo o cargo de Venerável Mestre, eu a recebo, com a altíssima responsabilidade de, nos próximos dois anos, conduzi-la na mesma vereda pela qual vem percorrendo nestas quatro décadas: um caminho de união, de semeadura, de fraternidade, de aprendizado, de defesa das instituições, de filantropia, de exaltação à Pátria, de celebração do bem, de exaltação do espírito e de construção do Templo Ideal.
Mas este desafio não é meu. É de todos nós.
Não serei autor ou signatário, mas mandatário, instrumento.
As instituições, a condução de nosso destino, a construção do futuro que vamos legar, precisam da Maçonaria, dependem da Maçonaria. É o que esperam nossos sucessores, a sociedade e, em especial, nossos Irmãos.
E Maçonaria se faz em Loja, mas não só em Loja. Na Loja devem nascer, crescer e amadurecer as idéias. No mundo profano, com união, força, sabedoria e articulação, os ideais maçônicos devem se concretizar. É preciso que afastemos o manto que nos escuda das atividades primordiais da Pátria, e empunhemos os nossos maços e cinzéis, para, Maçonicamente, retomarmos a condução de nosso País. É preciso banir as omissões. Filantropia, sim; Caritatismo, sim; são essenciais, mas, não apenas. Vamos reestruturar e alavancar uma era operativa, participativa, ativa e efetiva.
E não só com clichês já desgastados pelo tempo. Mas com ações reais, secretas, articuladas, bem construídas e movidas, todas, sempre, pelo mister maior que nos norteia: o bem comum, a igualdade com o próximo, o Templo Ideal, uma sociedade digna de nossa Maçonaria, e uma Maçonaria digna de nossa sociedade.
Mas não tenho dúvida. Tudo isto começa aqui. Em Loja. Na Loja. No templo forte aos Tiranos e sob a abóbada celeste, abaixo do Olho que Tudo Vê, sob os sublimes auspícios do Supremo Arquiteto do Universo.
A nossa harmonia, está cunhada: vamos elevá-la. A coesão que nos suporta, está edificada: vamos fortalecê-la. O estudo e o conhecimento que nos perpetua, estão descritos: vamos aprofundá-los. Nosso poder de ação, persuasão e realização, no âmbito concreto, carece de efetividade: eis o nosso desafio.
”Tudo que move é sagrado, e remove as montanhas com todo o cuidado. A abelha fazendo mel, vale o tempo que não voou. A estrela caiu do céu ... todo o dia é de viver, para ser o que for e ser tudo. Sim, todo amor é sagrado, e o fruto do trabalho é mais que sagrado”, diz a letra da canção do compositor mineiro Beto Guedes. E diz muito. Reflitemos.
O que nos falta, meus Irmãos? Nada. Somos fortes, porque unidos. Somos plenos, porque harmônicos. A harmonia é sublime. Deve existir harmonia na diversidade, na tolerância, na paciência, na admissão da divergência, na exaltação suprema da coesão.
Todavia, como a coruja da Deusa Minerva, nós, os Artífices da Arte Real, carregamos história, sabedoria e poder, mas só voamos a noite, quando não há mais luz para aproveitá-la. É hora de partirmos para o que Cal Marx invocou de seus filósofos: romper o abismo da utopia para edificar a realidade, a realidade do possível. Não fiquemos em metáforas, no passado. Passado que ensina, que encoraja, que honra, mas que, por si só, não dá solução.
Meta, nós já temos; caminho, vamos achar; desafios, nós enfrentaremos; vida, nós inventaremos, porque sonhos, são para ser realizados e não envelhecem.
Para os desafios, confiamos no Supremo Arquiteto do Universo; para crescer, temos raízes; para obter resultados, temos perseverança; para falar, sabemos escutar; para termos realização, primeiro, viemos para servir.
A ação, ensinou Miepes, pode fracassar, mas a inação é o fracasso garantido.
Façamos a nossa Pátria, a nossa Sociedade, a nossa Maçonaria, a nossa Loja, gigantes pela própria natureza.
A nossa Estrela, a nossa sublime Loja Castro Alves, que não nasceu de uma explosão gravitacional, mas da mão laboriosa de destemidos Irmãos, e que foi até aqui trazida em brilho crescente, não envelhecerá, senão na formação da sabedoria. Não terá seu brilho arrefecido, mas recrudescido, para continuar a cumprir sua missão, com a Pátria, com a Ordem e com a Humanidade.
A mim meus Irmãos, não pela saudação, não só pela bateria, mas, além da aclamação forte e verdadeira; pela União, pela Força e pela Sabedoria.
Pedreiros que somos livres e de bons costumes, mãos à obra, à nossa obra.
Que o Supremo Arquiteto do Universo nos ilumine.
Assim seja.
Pedro Cardoso Neto.
Ven.'.MM.'.
Gostaria de entrar em contato com meu querido amigo Pedro Cardoso. Meu contato: 99265-7976 (zap)
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